RhizoMiS
02/SAICT/2017
Embora exemplos da aplicação bem-sucedida de rizobactérias promotoras do crescimento de plantas (PGPR) em plantas agrícolas estejam amplamente documentados na literatura científica, e que PGPR isoladas de halófitas possam ser aplicadas na atenuação de stresse em culturas tradicionais, a utilização de PGPR no campo emergente da agricultura salina e no cultivo de halófitas, nomeadamente de espécies de Salicornia, permanece inexplorada. Este projeto tem como objetivo a formulação de consórcios de PGPR autóctones, adequadas para manipulação direcionada da rizosfera da halófita Salicornia ramosissima, a fim de modular o metaboloma da planta estimulando a produção de compostos de alto valor acrescentado, e melhorar a resposta às alterações climáticas (salinidade, inundação de temperatura) e à deterioração do solo (poluição e limitação de nutrientes).
O plano de trabalho envolve 3 instituições, Universidade de Aveiro (UA), Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FFC) Universidade do Algarve e colheita de plantas/sedimentos de rizosfera em 3 sistemas estuarinos (Ria de Aveiro, Estuário do Tejo e Ria Formosa. A análise do microbioma da rizosfera de S. ramosissima e o isolamento do PGPR serão realizados na UA. Estirpes de PGPR e consórcios serão testados como inóculos em experiências conduzidas nas 3 instituições parceiras de acordo com as áreas de especialidade dos investigadores de cada equipa. Os efeito no metaboloma serão avaliados na UA, numa colaboração ente investigadores da unidade de investigação QOPNA e do Laboratório Associado CESAM. A equipa da FFC abordará os efeitos da manipulação do microbioma da rizosfera na tolerância das plantas ao stresse ambiental, na perspectiva das adaptações às mudanças climáticas. Na UAlg será avaliado o efeito da inoculação nas respostas à exposição a múltiplos fatores de stresse, particularmente poluição e limitação de nutrientes.
Os resultados contribuirão para uma abordagem inovadora de cultivo de Salicornia coadjuvado por microrganismos. O uso de PGPR autóctones terá a finalidade de melhorar características consideradas economicamente interessantes ou aumentar a produtividade atenuando os efeitos de fatores de stresse associados a condições específicas de cada ecossistema ou área de cultivo.
Obter conhecimento sobre os potenciais benefícios e riscos associados ao aumento da alcalinidade em ambientes intermareais, considerando futuros cenários de implementação para descarbonização em larga escala, contribuindo para definir medidas de mitigação das alterações climáticas.
CIMA TEAM
Joachim Schoenfeld – Investigador: Helmoltz Centre for Ocean Research Kiel (GEOMAR)
Patricia Grasse – Investigador: German Centre for Integrative Biodiversity Research (iDiv) Halle-Jena-Leipzig (iDiv)